Na década de 70, a literatura do turismo
baseava-se em mostrar os efeitos benéficos do turismo na comunidade.
A literatura dos anos 90já é bem
mais realista. O teórico ano 70 não previa o rumo que teria a sociedade
pós-capitalista, que por volta de 1995 a semana de 30 horas seria uma realidade.
Em conseqüência disto o trabalhador teria um maior tempo livre de descanso e
por tanto um maior número de pessoas fazendo turismo. Porem os economistas não
previam as várias crises financeiras que o mundo iria passar. Em conseqüência
da crise a população desempregada não entrou no século do lazer e sim entrou
apenas no segmento dos excluídos.
Para os literários mais antigos a
política adotada nos países de terceiro mundo, objetiva apenas facilitar a
recreação da burguesia dos países de primeiro mundo.
Muitos profissionais da área têm
estudados os aspectos negativos do turismo em populações que vivem de economia
de subsistência. População que vive da pesca pode ficar sem seu sustendo por
causa da contaminação das águas feitas pelos turistas, o motor das lanchas, a
pesca predatória feita por estes.
Porem essa reflexão que poderia
chocar a uma década hoje provoca apenas um sorriso quando é lido que um novo
turismo está sendo discretamente comercializado nos países de terceiro mundo,
trata-se do turismo sexual, que traz a população masculina européia a países
mais pobres à procura de jovens, estimulando inclusive a prostituição infantil.
Em lugar de benefícios sociais em alguns lugares o turismo trousse degradação.
O turismo sem dúvida tem um grande papel
social, mas não podemos usar mais o slogan dos anos 70 que o turismo era
conhecido como “passaporte da paz”, por que até a presente data não foram
encontrado pesquisa que possam evidenciar a relação do turismo e uma melhor
convivência universal.
Houve quadros de horror em vários
países que no qual o turismo teve apenas um papel neutro, mesmo por que o
turismo de massa não tem permitido uma convivência com o turista e o núcleo
receptor, com isso o turista se isola, só visita lugares pasteurizados para
fotografar, filmar e retorna ao seu lar sem ter conhecido verdadeiramente o
país no qual foi visitar.
Atualmente vivemos a era da
tecnologia, da mídia, da comunicação das quais as informações chegam
instantaneamente a qualquer parte do mundo. Existe a possibilidade concreta de
se realizar viagens virtuais embora ainda não exista comercialização das
mesmas. Através da imprensa, da mídia conhecemos os costumes de povos mais
distantes do que um turista ousaria ou poderia visitar.
Para o homem comum o turismo é
uma atividade que possibilita uma infinita gama de entretenimento, para uma
estreita faixa de intelectuais é uma forma de adquirir conhecimento, já para
grande massa trabalhadora, é a grande oportunidade de emprego ou subemprego e
para os grandes empresários será uma fonte de enormes lucros.
O turismo só irá realmente
crescer e se desenvolver quando os países acabarem definitivamente com as
condições aviltantes de miséria que provocam a violência, e se houver também
uma distribuição de renda que permita que segmentos cada vez mais amplos da
população possam viajar.
O turismo de boa qualidade poderá
se desenvolver na medida em que tiver bons recursos humanos, e isso só será
possível quando todos os cidadãos tiverem saúde e educação garantidas.
Há ainda um longo e difícil
caminho a percorrer para que o turismo realize os benefícios sociais a qual tem
potencial. Os usuários irão preferir o turismo ao lazer doméstico somente
quando um esforço dos prestadores de serviço para melhorar a qualidade do
atendimento, a infraestrutura dos aeroportos, propagandas enganosas das
agencias, malas extraviadas e outras atitudes demonstram um total desrespeito
ao cliente turista.
Por
Anderson Medeiros

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